1. EVOLUÇÃO DA INTERNET

A evolução da internet no mundoA Internet teve suas origens em projetos de pesquisa militar nos Estados Unidos durante a Guerra Fria. O principal precursor da Internet foi a ARPANET (Advanced Research Projects Agency Network), um projeto financiado pela Agência de Projetos de Pesquisa Avançada (ARPA) do Departamento de Defesa dos Estados Unidos. O objetivo inicial da ARPANET era criar uma rede de comunicação robusta e descentralizada que pudesse resistir a falhas em caso de um ataque nuclear.

A ARPANET foi estabelecida em setembro de 1969, quando a primeira mensagem foi enviada entre duas universidades: a Universidade da Califórnia, em Los Angeles (UCLA), e o Stanford Research Institute (SRI). A partir desse ponto, a rede começou a crescer, conectando mais instituições de pesquisa e universidades.

Ao longo da década de 1970, outros países começaram a desenvolver suas próprias redes de computadores, inspirados pelo sucesso da ARPANET. A ARPANET adotou o protocolo de comunicação TCP/IP (Transmission Control Protocol/Internet Protocol) no final dos anos 1970, tornando-se a base tecnológica da Internet moderna.

O conceito de "worldwide web" (www) foi introduzido por Tim Berners-Lee, um cientista britânico, em 1989. Ele desenvolveu o primeiro navegador web e servidor web, permitindo a criação de páginas da web e a navegação por hiperlinks. Isso facilitou o acesso e a distribuição de informações de maneira mais amigável e visual.

A expansão internacional da Internet continuou nas décadas seguintes, com diversos países desenvolvendo suas próprias infraestruturas e se conectando à rede global. O acesso à Internet tornou-se cada vez mais difundido nos anos 1990, marcando o início da era da comunicação digital generalizada.

A Internet é uma rede global de comunicação que conecta bilhões de dispositivos em todo o mundo. Ela desempenha um papel fundamental na vida cotidiana, afetando a forma como as pessoas se comunicam, trabalham, aprendem, fazem negócios e se entretém. Surgiu a partir de pesquisas militares nas décadas de 1960 e 1970 e evoluiu para se tornar uma ferramenta onipresente na sociedade moderna.

A expansão da Internet transformou radicalmente a comunicação, permitindo a troca instantânea de informações por meio de e-mails, mensagens instantâneas e redes sociais. Além disso, a World Wide Web (WWW) trouxe a facilidade de acesso a uma vasta gama de recursos e serviços online, desde informações educacionais até compras e entretenimento.

A Internet também impulsionou o crescimento econômico, facilitando o comércio eletrônico e a colaboração global. No entanto, ela enfrenta desafios, como preocupações com privacidade, segurança cibernética e disseminação de desinformação. A conectividade global tem ampliado as oportunidades, mas também destacado as disparidades digitais entre regiões e grupos sociais.

À medida que a Internet continua a evoluir, questões éticas, regulatórias e de governança tornam-se cada vez mais importantes. A busca por um equilíbrio entre inovação tecnológica e proteção dos usuários é um desafio constante, com implicações significativas para a sociedade global.

A expansão da Internet no Brasil

Teve marcos significativos ao longo das últimas décadas, transformando a maneira como as pessoas se comunicam, trabalham e acessam informações. Alguns pontos importantes na história da expansão da Internet no Brasil incluem:


Década de 1990: A Internet começou a se popularizar no Brasil durante a década de 1990. Nesse período, o acesso à rede ainda era predominantemente discado, o que exigia a conexão por meio de linhas telefônicas. A popularização dos provedores de acesso à Internet, como Terra, UOL e IG, foi um passo importante nessa fase.

Desenvolvimento da Infraestrutura: O aumento da demanda por acesso à Internet impulsionou investimentos na infraestrutura de telecomunicações. Houve melhorias na expansão das redes de fibra óptica e o surgimento de tecnologias como o ADSL (Asymmetric Digital Subscriber Line) para proporcionar conexões mais rápidas e estáveis.

Programa Banda Larga nas Escolas: Lançado em 2007, o programa do governo federal tinha como objetivo fornecer conexão de banda larga às escolas públicas do país. Isso contribuiu para a inclusão digital e para a disseminação da Internet em diversas regiões.

Popularização da Banda Larga Fixa e Móvel: Nas décadas seguintes, houve uma significativa popularização da banda larga fixa e móvel no Brasil. O aumento da disponibilidade e a redução dos custos tornaram a Internet mais acessível a um número maior de pessoas.

Expansão da Cobertura de Redes Móveis: O crescimento das redes móveis, como 3G, 4G e, posteriormente, 5G, desempenhou um papel crucial na expansão da conectividade, permitindo que as pessoas acessem a Internet por meio de dispositivos móveis em áreas urbanas e rurais.

Programa Nacional de Banda Larga (PNBL): Lançado em 2010, o PNBL buscava ampliar o acesso à Internet de alta velocidade em todo o país, com foco em áreas com menor cobertura.
Participação Crescente nas Redes Sociais e Conteúdo Online: O aumento da participação em redes sociais e o consumo de conteúdo online também contribuíram para a expansão do uso da Internet no Brasil.

Impulso do E-commerce e Serviços Online: O crescimento do comércio eletrônico e a oferta de diversos serviços online impulsionaram ainda mais a demanda por uma conexão à Internet confiável e rápida.

A expansão da Internet no Brasil reflete uma combinação de investimentos em infraestrutura, políticas governamentais, avanços tecnológicos e a crescente demanda da população por conectividade digital. Apesar dos desafios, o país continuou a se integrar à era digital, impactando positivamente diversos setores da sociedade.

A internet só foi possível no Brasil com a rede cabeada da universidade que deu o nome de rede Bitnet, uma rede de universidades fundada em 1981 e que ligava Universidade da Cidade de Nova York (CUNY) à Universidade Yale, em Connecticut.

Em território brasileiro, a Bitnet conectava a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo em 1988 na FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa de SP) ao Fermilab, laboratório de física especializado no estudo de partículas atômicas, que ficava em Illinois, nos Estados Unidos.

As instituições eram ligadas via linha telefônica, por meio de um fio de cobre dentro de um cabo submarino. Bastante rudimentar se compararmos com as fibras ópticas de hoje. Como a conexão era do tipo ponto a ponto, ela também dispensava a discagem: a FAPESP estava sempre conectada ao Fermilab.

Em 1990 foi criada a Rede Nacional de Pesquisa (RNP), pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, com o objetivo de implantar uma infraestrutura com abrangência nacional para os serviços de internet.

Fonte da imagem: physicsworld

E já que a internet se popularizava entre o meio acadêmico dos Estados Unidos, o Fermilab também resolveu adotar a nova tecnologia. Porém, sem abandonar o uso da Bitnet. Por isso, com o passar do tempo a conexão entre a FAPESP e o Fermilab acabou se tornando a única rota de saída de dados do Brasil para o mundo e a principal conexão tupiniquim com a internet, no início de 1991. A Fundação também ficou encarregada da administração do domínio “.br” e da distribuição dos números IPs para o Brasil.

Outra novidade no cenário nacional foi a expansão da rede dentro do país. Uma nova conexão interligava a FAPESP ao Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), no Rio de Janeiro. Posteriormente, as conexões de internet foram estendidas também para outras instituições dentro de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Essas conexões usavam linhas privadas que operavam na faixa de 2.400 a 9.600 bits por segundo (bps).

A própria conexão entre a FAPESP e o Fermilab operava a 4.800 bps até setembro de 1990, quando então passou a trafegar dados a 9600 bps. Esse valor é muito inferior ao que temos hoje em nossas casas, com as conexões de até 10 megabits por segundo (Mbps), por exemplo. Hoje, a conexão atual da FAPESP opera na faixa de 10 Gigabits por segundo (Gbps).

O mais usual ainda na época era que internet não era tão diferente da Bitnet, em termos de usabilidade. Os pesquisadores usavam a rede basicamente para trocar mensagens eletrônicas com cientistas de outras instituições acadêmicas. A grande novidade era o fato de que os endereços de e-mail agora faziam parte do domínio “.br”.

Em 1992 a RNP já tinha implementado uma rede de abrangência nacional, interligando 11 capitais brasileiras por meio de uma malha de 9.600 bps. Já as conexões entre Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre possuíam links de 64.000 bps.

Outra novidade neste mesmo ano foi o aparecimento de organizações que passaram a agir localmente, em nível estadual. A Rede Rio, por exemplo, conectava instituições de ensino do Rio de Janeiro usando enlaces de 64.000 bps. Mais tarde a instituição se ligou à California Education and Research Federation Network), no Centro de Computação de San Diego, Estados Unidos.

No estado de São Paulo surgiu a Academic Network at São Paulo (ANSP), que interligou a Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Estadual Paulista (Unesp), e o IPT, Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo.

Nesse período a conexão que ligava a FAPESP ao Fermilab também ganhou um upgrade, passando a trafegar dados a 64 Kilobits por segundo (Kbps; 64 mil bps). Além disso, também surgiram redes estaduais em Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Sul e no Distrito Federal.

A internet começa a ficar ainda mais interessante com o surgimento da World Wide Web (WWW), em 1990. O responsável por escrever o protocolo HTTP, que possibilita a transferência de páginas web para os navegadores, foi Timothy Berners-Lee, que participou recentemente como palestrante na Campus Party Brasil.

Fonte da imagem: Wikipedia

Em 1993 os pesquisadores da Universidade de Illinois Urbana-Champaign criaram o Mosaic, o primeiro browser a funcionar no Windows, o que também favoreceu uma popularização maior da web.

Em 1994, a internet finalmente sai do nicho acadêmico e passa a ser comercializada para o público em geral. No Brasil, a EMBRATEL lança o Serviço Internet Comercial, em caráter experimental e com conexão internacional de 256 Kbps. Cinco mil usuários foram escolhidos para testar o serviço.


Em maio de 1995 o serviço começou a funcionar de forma definitiva e, para evitar o monopólio estatal da internet no Brasil, o Ministério das Comunicações tornou pública a sua posição a favor da exploração comercial da rede mundial no país.

A internet passou a ser capa de revistas e até assunto de novela, se popularizando cada vez mais, crescendo de maneira espantosa. Em 1996 foram lançados grandes portais e provedores de conexão à rede no Brasil e, em 1998, o país já ocupava o 19º lugar em número de hosts no mundo e o liderava o pódio na América do Sul. No continente americano, ficava atrás apenas dos Estados Unidos e Canadá.

Já estava consolidado o uso da internet no Brasil. Quase dez anos depois, em 2007, o Brasil movimentava cerca de 114 bilhões de dólares em comércio eletrônico e possuía uma base de 40 milhões de computadores instalados no país. De acordo com o Ibope/NetRatings, tínhamos cerca de 18 milhões de internautas residenciais.

Referencias

[1] Disponível em: <https://www.tecmundo.com.br/internet/8949-20-anos-de-internet-no-brasil-aonde-chegamos-.htm>. Acesso em 25/04/2022.

[2] Disponível em: <https://www.todoestudo.com.br/historia/historia-da-internet>. Acesso em 25/04/2022.

[3] Disponível em: <https://tarasparlingwrites.com/2015/11/26/the-school-for-spammers/>. Acesso em 25/04/2022.

[4] Disponível em: <https://muitocurioso.org/o-que-e-irc-e-como-foi-criado/>. Acesso em 25/04/2022.

[5] Disponível em: <https://mega.nz/file/it4VGZoZ#Y7iyETSFN_VWvZWLjJmMb3uF8zvYENg7qAIDkF1WsU>. A historia da Internet em pdf. Acesso em 25/04/2022.

[6] Disponível em: <https://mega.nz/file/ms5QRQLL#DUHjUFdQ2nsWu8SmozUhNAna4WxGqQIkdEB67CQG7BY>. Memórias do Segundo Dilúvio: uma Introdução à História da Internet em pdf. Acesso em: 25/04/2022.

Wesley Barbosa Rodrigues